segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

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Depois da saudade declarada, a memória do que existiu cura e arde. O tempo era mais complexo juntos, com detalhes preenchendo os encontros. A conversa guarda o cheiro de sal, cabelo na boca, umidade, vento, grama na calça jeans, e o que mais coubesse nos segundos. Lembranças que fazem rir, dão orgulho, e foram guardadas na gaveta morna do passado. Diante das circunstâncias, o coração remendado, sem esperança, sente a vibração na voz, e descobre que o amor é estranho ás vezes. Existe felicidade nessa ligação e ambos sabem. A conexão ambos sentem. O mundo girou e voltou, e agora gira novamente. Há um pedaço amornado lá, e um aqui. Você já sentiu liberdade dentro de um abraço? Um sábio disse que amor é liberdade. Tão livre que dói na carne o que a alma sente. 


domingo, 25 de dezembro de 2016

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O coração quebra. Os fragmentos do acidente espalhados e perdidos, sem esperança de estarem juntos novamente.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

ELA.

Quando criança ela preferia bolas porque precisava correr para usa-las. Preferia árvores para ficar perto do céu. Cavalos, oceano, pular na areia, chuva. Brincava de bonecas mas não se identificava com elas, loiras, delicadas. Ela era mais bruta, dinâmica, morena de sol, com hematomas nas canelas. Ela era diferente fisicamente, e sua cabeça mais ainda. Nada ficava lá por muito tempo, nada ia verdadeiramente embora. Tinha muitos amigos e isso causava uma sensação de conforto. Quando eles iam embora ficava um espaço estranho preenchido de pensamentos. O tempo todo ela pensava no futuro, no passado e no presente. Todo dia tinha uma novidade sobre aquilo que sentiu. As pessoas não entendiam porque ela nunca era a mesma. As pessoas não entendiam porque ela insistia que a vida era boa, mas ás vezes chorava. E todos achavam que chorar era sinal de tristeza. Ela não se importava em parecer frágil, pois no fundo sabia que era sensível, tinha sensiilidade. A dor do outro doía nela, o medo do outro fazia esquecer das suas, e isso a deixava forte o suficiente para ajudar. Quando ajudava já não era a mesma, e voltava pra casa mais rica do que quando trabalhou dobrado no mês de férias da empresa.

sábado, 15 de novembro de 2014

não é amor

Não é sobre amor. É sobre sexo, respeito e sensações. É sobre liberdade de ser, de sentir. Quando falo de amor, não é o amor que eu explico, são as pequenas causas. São os pequenos ideais de mundo, de vida. É esperança. É a vida que corre nas veias. Quando eu falo de amor, não é sobre o amor. É sobre mim, e quem eu sou. É pelo que passei e para onde estou. E por quem está do meu lado, e qualquer sofrimento vencido. Porque o amor por amor não tem nada, não vence nada, não muda nada. Agora, amor com tudo que ele pode apresentar, faz sim a diferença - dor, saudade, medo, solidão, tesão, tensão, caridade, sinceridade, liberdade. E quando o mundo te tirar o amor, devolva ao mundo tudo que o amor te trouxe: fé.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

De noite eu aguardo uma palavra. Nas manhãs eu anceio por uma motivação. E eu escrevo e apago mensagens que quero enviar mas não sei formular. Perdi a fórmula, esqueci as letras e não sei unir uma por uma até formar uma frase que faça sentido. A capacidade de raciocinar sumiu. E quando pisco, por um milésimo de segundo eu vejo seu rosto. Com olhos tão profundos e desconfiados, boca desenhada, sorriso forte e covinhas. Falta as palavras, a pontuação, o ar. E preciso de alguns segundos pra recuperar o fôlego, a sanidade. Fico totalmente desequilibrada. Esqueço o que tinha combinado comigo mesma que não sentiria, e então sinto.

terça-feira, 28 de outubro de 2014


Tudo bem.

Por mim tudo bem você ser como é. Eu suporto toda a maravilha que é estar do seu lado e não ter certeza de nada. E se por acaso você não for como achei que fosse, tudo bem também. Posso suportar a sua ausência. É inevitável ficar tudo bem. É inevitável. Por mim tudo bem se foram apenas dias casuais para você, ou que você não está pronto para se arriscar outra vez. Tudo bem, eu nunca estou pronta para coisas como você, ou para coisas como as que eu acho que você é. Está tudo bem. Tudo bem se o olhar atravessar a rua, ou se a mão mais pesada que me tocou doer um pouco. Tudo bem. Porque eu não estou pronta para os acertos. Eu nasci pronta para errar e chorar, para tentar, tentar e fazer da tentativa uma possibilidade útil.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pra onde?

Índia
Tailândia
Nova Zelândia
Austrália
Costa Rica
Cuba
México
Chile
Peru
Bolívia
Venezuela
Equador

segunda-feira, 26 de maio de 2014

De ser.

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Existe um tanto de loucura em mim. Uma parcela de culpa, um descuido. Um pedaço de sonho, um lampejo de medo, uma ausência de razão. Uma eletricidade descontrolada que percorre como fluido. Um momento de esperança, um tempo perdido no espaço dos dias. Uma falsa certeza, uma inconstância gostosa, um frio na barriga, um pé atras, uma vontade. Um pouco de outro e muito de mim em outro lugar. Sorriso cheio por motivo vazio. Instante de céu, frescor de nuvem andando na rua. Barulho de onda no fundo dos meus olhos fechados. Gelado da areia no meu coração machucado. Água de mar descendo dos cílios. Uma paz interna, um sussurro de anjo no ouvido, um incentivo da vida, uma intenção marota. Uma parte que voa, uma parte que fica.  Uma parte que enrola no edredom e se espreguiça. Uma expressão de concha que se fecha, uma intensa envergadura que se abre. A lembrança de futuro, uma presença desconhecida no peito. Tem também o que acelera, que espero que me pare. Uma força escondida, uma fraqueza aparente. Uma cor de água, transparente. Uma visão espelhada sobre o mundo, sobre mim. Algo natural e incomum, individual, misterioso e compartilhado. Espontaneidade do ser e de ser. Sem preocupações com possíveis mágoas. Querendo sentir, querendo viver e esquecendo todo o resto.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Reflexo.

Se você me trata com indiferença, eu mantenho minha bondade. Se você me trata com raiva, eu devolvo paciência. Se você age na defensiva, eu continuo sendo transparente. Porque não sou reflexo da sua postura, e cada um tem de mim exatamente o que eu sou.